COM ONDAS DE DESASTRES CLIMÁTICOS, MUNICÍPIOS PRECISAM DE NOVO SISTEMA DE ALERTA
Os desastres climáticos no Brasil têm aumentado nos últimos anos, com impactos significativos na economia e no meio ambiente. A nossa realidade é que quase dobrou o número de desastres desde 2020 na comparação com as duas décadas anteriores, de acordo com um novo estudo científico elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica. O estudo […]

Os desastres climáticos no Brasil têm aumentado nos últimos anos, com impactos significativos na economia e no meio ambiente. A nossa realidade é que quase dobrou o número de desastres desde 2020 na comparação com as duas décadas anteriores, de acordo com um novo estudo científico elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica. O estudo aponta que entre 2020 e 2023 houve uma média anual de 4.077 desastres relacionados ao clima brasileiro. O número é quase o dobro dos 2.073 desastres registrados anualmente, em média, nas duas décadas de 2000 a 2019.
“Mudanças climáticas têm causado fortes chuvas com sérios impactos nas cidades, além de incêndios e secas severas”
Com esses sinais, os municípios precisam ficar atentos. O novo sistema “Defesa Civil Alerta”, ferramenta que envia alertas de risco de desastres (como inundações e deslizamentos) diretamente para os celulares da população, foi ampliado e já é uma realidade em 2.859 municípios. Os alertas chegam por meio de mensagens de texto e também aviso sonoro. O som é emitido mesmo quando o celular está no modo silencioso. Os alertas são feitos nas redes das operadoras Vivo, Claro, TIM e Algar.
“Cidades com o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública podem solicitar ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional recursos para ações de defesa civil”
Quando a Defesa Civil envia o alerta, seja severo ou extremo, a própria mensagem já esclarecerá qual é o risco iminente e qual ação precisa ser tomada pelo morador. É o meteorologista de plantão quem fica responsável por selecionar as áreas que vão receber o aviso e disparar o recado por meio da Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP). Em caso de chuva, normalmente é avisado para o cidadão evitar áreas de alagamentos. Em risco iminente de deslizamento de terra, o texto pode pedir para ele deixar a casa e se dirigir para outro local seguro.
Mudanças climáticas têm causado fortes chuvas com sérios impactos nas cidades, além de incêndios e secas severas. Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), na primeira quinzena de fevereiro, o Rio Grande do Norte tinha 61 reconhecimentos federais de situação de emergência vigentes, dos quais 39 por seca e 22 por estiagem.
Desse total, dez tiveram a emergência reconhecida em 2025: Caiçara, Riachuelo, Ouro Branco, Santa Maria, Governador Dix-Sept Rosado, Rafael Godeiro, Caicó, Serra de São Bento, Santa Cruz e Campo Grande. Agora as prefeituras já podem solicitar recursos do Governo Federal para ações de defesa civil, como compra de cestas básicas, água mineral, refeição para trabalhadores e voluntários, kits de limpeza de residência, higiene pessoal e dormitório, entre outros.
A seca é caracterizada por um período prolongado sem chuvas, afetando o abastecimento de água e atividades econômicas nas regiões atingidas. Cidades com o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública podem solicitar ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional recursos para ações de defesa civil. A solicitação pelos municípios em situação de emergência deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). A Defesa Civil Nacional oferece uma série de cursos a distância para habilitar e qualificar agentes municipais e estaduais para o uso do S2iD.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lidera a criação de um Consórcio Nacional para Gestão Climática e Prevenção de Desastres (Conclima). A entidade comprovou por meio de estudo que os Municípios não estão preparados para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
Segundo os dados levantados pela CNM, apenas dois em cada dez Municípios estão preparados para enfrentar eventos climáticos extremos. O estudo revelou ainda que 44% não possuem setor/pessoal responsável pelo monitoramento de eventos, 57% não possuem sistema de alerta para desastres.