CONSÓRCIO NO OESTE POTIGUAR TRABALHA PARA DAR MAIS AUTONOMIA E ECONOMICIDADE A 34 PREFEITURAS
Criação do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário dos Municípios do Oeste Potiguar foi a forma encontrada por prefeitos para driblar as dificuldades que as cidades não conseguiam superar sozinhas. Cimop prepara projeto para obter recursos via emendas parlamentares
Na região Oeste Potiguar, 34 prefeituras estão trabalhando em conjunto, a partir de uma experiência promovida em 2016, visando o desenvolvimento conjunto das cidades. Agora, em 2025, as prefeituras deverão entregar um projeto completo para obtenção de recursos por meio de emendas e também estão na luta pela obtenção da autonomia para assumirem o licenciamento ambiental local e os serviços de inspeção de estabelecimentos comerciais nas cidades.
Esse trabalho está sendo desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário dos Municípios do Oeste Potiguar (Cimop), que surgiu a partir da experiência do Consórcio Público Regional de Saneamento Básico do Alto Oeste Potiguar (Consop). Esse primeiro consórcio foi criado por força do Plano Intermunicipal de Resíduos Sólidos e do Plano Estadual de Resíduos Sólidos.

“Ocorre que, por decisão da maioria dos prefeitos dos municípios da região do Alto Oeste, em outubro de 2022, foram aprovadas alterações e consolidado o novo protocolo de intenções do Cimop, que ampliou os objetivos do consórcio para atuar em outras áreas de interesse regional, além do saneamento básico e gestão de resíduos sólidos", conta o atual presidente do consórcio, Marcos Aurélio de Paiva Rêgo, que é prefeito de Riacho da Cruz.
Ele explica que o maior problema de todas as cidades é o manejo correto de resíduos sólidos e que, por meio do Cimop, foi viabilizada uma solução via contratação dos serviços da Oeste Ambiental, que abriu um aterro sanitário em Rodolfo Fernandes e está atendendo as cidades da região do Oeste potiguar.
“Estamos preparando um projeto completo para bater à porta dos nossos parlamentares na busca do aporte de recursos através de emendas e, assim, deixar todos os municípios consorciados aptos a fazerem licenciamento de impacto local.”
O aterro começou a operar em agosto. Em novembro, o Cimop promoveu os primeiros contratos para atender as cidades consorciadas. Para 2025, o grupo segue firme nesse trabalho de conseguir estruturar melhor o manejo de resíduos. Um dos desafios agora é “promover a gestão associada dos serviços de manejo de resíduos sólidos com as operações de estações de transbordo para a redução dos custos de transporte”, explica Marco Aurélio Rêgo.
“A força que podemos exercer sobre os entes federados na busca do fortalecimento regional é, sem sombra de dúvida, o ponto central da conscientização dos gestores municipais para a importância de um consórcio formado por municípios.”
Além disso, o Cimop tem atuado junto ao Governo do Estado para conseguir a construção de outro aterro sanitário na cidade de Pau dos Ferros e mais duas estações de transbordo. Isso está sendo promovido por meio do convênio nº 0671/2011, celebrado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
“No momento, o convênio está passando por ajustes no plano de trabalho para poder ser submetido a uma nova avaliação técnica, com mudanças que venham atender à situação atual da nossa região, que já dispõe de um aterro sanitário funcionando totalmente legalizado. Esse convênio está com sua vigência prorrogada até 30/12/2026", diz o presidente do Cimop.
Complementando esse trabalho, o conjunto de prefeituras que formam o consórcio está preparando “um projeto completo para bater à porta dos nossos parlamentares na busca do aporte de recursos através de emendas e, assim, deixar todos os municípios consorciados aptos a fazerem licenciamento de impacto local."
Essa demanda casa com um processo que já está em andamento e foi iniciada por outro consórcio, o dos Municípios do Litoral Potiguar (CIM-Potiguar), que desenvolveu, junto com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), um projeto para revisar a Lei Complementar 272/2004 e, com isso, passar a permitir que as cidades cuidem do licenciamento ambiental local.
Após isso, a Fiern entregou a proposta ao Governo do Estado. Este ano, na leitura da mensagem anual na Assembleia Legislativa, a governadora Fátima Bezerra anunciou que enviaria ao Legislativo um projeto de revisão da lei. Isso ainda não foi feito. Caso seja enviado e siga as recomendações da Fiern, as prefeituras terão muito a ganhar.
“Será um grande avanço para os municípios e, em especial, para os consórcios que estão se estruturando para realizar o licenciamento ambiental de impacto local, como é o caso do Cimop", afirma o prefeito Marcos Aurélio Rêgo.
Além da luta pela melhoria da gestão de resíduos e da busca pela autonomia no licenciamento ambiental, o Cimop está “estruturando sua Câmara Técnica para coordenar os serviços de inspeção municipal dos municípios consorciados". Em março, estava prevista uma visita dos técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que viriam ministrar oficina e realizar diagnóstico para que as cidades consorciadas possam iniciar os registros de estabelecimentos e produtos locais.

CONSÓRCIO GERA ECONOMICIDADE E REPRESENTATIVIDADE
Tanto o trabalho visando a melhoria da gestão de resíduos quanto o licenciamento e os registros de estabelecimentos seriam muito mais difíceis de desenvolver caso cada prefeitura estivesse trabalhando isoladamente. O fato de atuarem em consórcio dá representatividade ao grupo e também gera otimização do uso de recursos públicos, pelo fato de os custos serem divididos.
Na opinião do presidente do Cimop, essa questão da economicidade é a maior contribuição que um consórcio pode dar às prefeituras. “Pois o consórcio pode contribuir, e muito, na redução de custos em vários setores da administração", afirma.
Além disso, ele destaca que a experiência de atuar em consórcio é muito positiva. “A força que podemos exercer sobre os entes federados na busca do fortalecimento regional é, sem sombra de dúvida, o ponto central da conscientização dos gestores municipais para a importância de um consórcio formado por municípios", afirma.
